02/07/2010

Desemprego

Os dados do Eurostat indicam que a taxa de desemprego em Portugal é de 10,9%. Contra a esperança do Governo, o Eurostat não reviu os números do mês passado em baixa.

Primeiro: o Governo prefere basear-se nos números do IEFP, que não são estatística, referem apenas o número de desempregados inscritos nos centros de emprego. Os dados nacionais do desemprego, oficiais, são os do INE. Esses são credíveis, mas não é a eles que, na maioria das declarações, os governantes de referem, uma vez que são sempre mais pessimistas que os do IEFP.

Segundo: o Governo bem que se pode esfrangalhar ao sugerir que o desemprego vai baixar. O número de inscritos no IEFP baixará provavelmente, porque os desempregados de longa duração irão às suas vidas sem o “apoio” do instituto de emprego, anulando, assim, as suas inscrições, de forma a evitar reuniões patetas e formações inúteis a que são obrigados. Porque estas ainda oneram mais os seus parcos rendimentos – têm de deixar os filhos com alguém, almoçar fora, deslocar-se.

Já estive inscrito no IEFP, já fui a reuniões inúteis, fui “convidado” para formações “muitíssimo” adequadas à minha área profissional e até me tentaram motivar para a carreira militar. Estas formações são muito interessantes para o IEFP: alimentam a clientelagem política dos formadores e afins; retiram os desempregados da estatística do instituto temporariamente, contribuindo para o natural optimismo dos seus números, tão simpáticos aos governantes.

O desemprego é o problema mais grave desta crise. E advém da debilidade da nossa estrutura económica. É estrutural e não se vai resolver nem com fundos comunitários nem com palavras de circunstância.

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