28/07/2010

Notas sobre as presidenciais

1- Defensor Moura, deputado do PS e ex-autarca de Viana do Castelo, apresenta-se hoje na corrida a Belém, alegadamente para complementar a candidatura de Manuel Alegre e obrigar o Prof. Cavaco à segunda volta. Iniciou-se como deputado na AR em 1986, pelo PRD. É extraordinária a força anímica dos ex-PRD e a sua capacidade de furar na vida política. Não há dúvidas de que foi uma escola.

2- Manuel Alegre vai sendo bombardeado com as questões da sua vida militar. Não percebo o problema de se ter sido desertor e a ideia de traição à pátria se a consciência nos ditar que uma determinada guerra é injusta ou sem fundamento. Parece que não, mas se tivesse sido? Na questão da guerra colonial, se tivesse vivido naquele tempo, seria desertor – se tivesse coragem para isso, sendo que julgo que seria necessária tanta coragem para desertar como combater. Como, por princípio, sou antimilitarista e sinto uma aversão natural às coisas militares – e até algum desprezo. Podia depender das circunstâncias e das causas, mas se hoje fosse mobilizado para uma guerra o mais provável era achar a guerra em si um meio sem sentido. Das duas uma: ou seria desertor ou objector de consciência. Chamem-me nomes.

Sem comentários: