22/04/2010

Abril

“O 25 de Abril «não conseguiu responder às aspirações justas e fundadas e aos interesses legítimos da maioria dos portugueses», suscitando a «situação perversa» de que o poder, enquanto «instituição» democraticamente eleita, «não funciona, porque a sociedade não sabe fazê-la funcionar de maneira correcta»”
Ramalho Eanes, Diário Digital

Aqui está. Abril não se cumpriu, não se cumpre. Não valem a pena discursos demagógicos, que me ficariam bem, mas cujo conteúdo era nada. A democracia não é perfeita. É feita de gente.

Hoje, tanto se fala da crise que resolvi ir à procura do FMI do José Mário Branco. Nunca o tinha ouvido, o que, confesso, em mim é estranho.

A vida, assim desfolhada, é uma confusão. Cada um por si.

2 comentários:

Vìtor Matos disse...

Só no outro dia, por causa de um artigo é que ouvi (no youtube) aqueles 20 minutos de um texto brutal. No contexto da época, aquele é um grande texto. Na revista citei a parte do bardamerda para o fmi e o fmi que se foda, que são as que passaram para a história. Mas a que vem logo nessa sequência, "ó mãe eu quero morrer, eu quero desnascer!" também é brutal (embora eu não concorde nada com o que ele advoga).

O Meu Postigo disse...

O José Máário Branco é um descontente de Abril, aliás o "Eu Vim de Longe" é disso prova. Como muita gente que passou por aquela época, há nele um desencanto compulsivo.
O FMI é brilhante, acho, à época. Quer dizer, naquela altura, a seguir à revolução, era natural esse lamento. E, pessoalmente, admiro a entrega que esta gente teve, cada um à sua causa. Por isso fiquei maravilhado com o texto. E culpabilizado por o desconhecer.