26/04/2010

Abril II

O 25 de Abril é, para mim, o feriado mais importante do calendário. Acredito que nasci fora de tempo, e que devia ter em 74 a idade que tenho hoje. Pelo romantismo das causas. No que quer que fosse, havia um acreditar que hoje parece inexistente.

Por norma, nesta altura do ano, faço o périplo dos cantores de intervenção. Perdi a conta às vezes que fui atrás do Pedro Barroso ou do Sérgio Godinho (que este ano soma mais um ponto).

Mas foi com o Manuel Freire, em Coimbra, há anos, que me debulhei a chorar como se não existisse amanhã. Porque se tratava, na magnífica Via Latina, de uma recriação dos chamados cantos livres, com muitos dos melhores cantores da altura. A “Pedro Filosofal” e a cumplicidade de todos se juntarem ao Manuel Freire no palco, uma reacção espontânea e emocionada do parco público existente na vastidão daquele pátio, fez daquele noite um momento único e inesquecível. E foi a primeira vez que vi o Manuel Freire ao vivo – o que apenas repeti uma vez.

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