02/03/2010

Da minha língua…

Portugal está tão nublado que preciso de retrospectiva para o perceber. João Paulo Guerra, jornalista do Diário Económico, escreve há anos uma crónica da qual apenas conhecia excertos. E compilou o melhor da última década da sua crónica em “Diz que é uma espécie de democracia” (Oficina do Livro, 2009). As crónicas são hilariantes e tenho pena, agora, de as ter ignorado este tempo todo. E a esta distância ainda me parecem mais significativas.

No prefácio, escreve Batista-Bastos:

«Não peçam a João Paulo Guerra a cobardia da neutralidade, a passividade da escrita, a preguiça fatal da “independência”. Quando se usam as palavras toma-se partido».

Se ainda estivesse na faculdade, usaria esta frase como provocação ao professor Júlio Taborda, um apaixonado pela língua. E certamente concluiríamos: “Da minha língua vejo o mundo”.

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