26/03/2010

Saudade

E se ouvirmos isto?

E se ouvirmos, só ouvir? Se pensarmos na Sé Velha, na Rua de Sub-ripas? Na Torre de Anto? Na Via Latina? Na Cabra? No Quebra-Costas? No Parque, à beira Mondego, nas noites ébrias de Maio, no traje incómodo e incansável?

Há uma Coimbra que se impregna na nossa pele. Uma cidade de sensações que não mais nos larga, que é alma, é gente para sempre. É um tempo vivido. Fica a Diligência, as baladas de trovão, as sangrias, o escuro fumegado daquela casa.

Fica. Sempre. Jamais haverá outra Coimbra senão a nossa. Cada qual vive e constrói, dentro, a sua. Jamais haverá 20 anos, jamais haverá noites que são manhã. E livros lambidos e exames sem importância.

Porque Coimbra é aquilo ali na encosta. Casas velhas apinhadas. É cinzento e castanho. É uma lágrima que se solta sem razão.

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